Amazonas na rota dos cruzeiros marítimos

São Paulo, 12 de Abril de 2007 - Durante a próxima temporada,14 navios visitarão a costa brasileira, trazendo 400 mil turistas. Já é hora de se preparar para a próxima temporada dos cruzeiros marítimos 2007/2008. Tradicionalmente, os navios visitam a costa brasileira de novembro a março, atraídos pelo calor dos trópicos durante o outono/inverno do hemisfério norte, além, claro, do carnaval, do exotismo e da beleza dos nossos invejáveis oito mil quilômetros de costa. O Brasil está em alta no segmento, atraindo o foco dos principais armadores do mundo, que vêm trazendo ao País navios de maior tonelagem e ampliando os roteiros brasileiros, do mais tradicional deles, o Rio de Janeiro, ao mais recente, a Amazônia. Na próxima temporada, por exemplo, 14 navios de diferentes companhias visitarão a costa brasileira, dois a mais do que a temporada que acaba de se encerrar, e que devem trazer cerca de 400 mil cruzeiristas, segundo a Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar). "O clima ameno, sem grandes intempéries como furacões, a política estável e nossas belezas naturais são atrativos para esse tipo de turismo", segundo o presidente da Abremar, Eduardo Nascimento. "Além disso, os turistas hoje procuram o exotismo e nos encaixamos bem nesta categoria. Deve-se ressaltar também que o Brasil, nos últimos anos, tem feito um trabalho muito bom de divulgação turística no exterior. Por isso tudo, acredito que o Nordeste brasileiro vai substituir o Caribe em termos de turismo marítimo nos próximos anos", conclui Nascimento. Bem longe dos transtornos dos aeroportos, os navios oferecem roteiros para todos os gostos: cruzeiros gastronômicos, passeios para solteiros, shows com artistas brasileiros de renome (Roberto Carlos é um ícone), festas comandadas por DJs famosos e roteiros temáticos, como os de fitness. O setor tem atraído também o turismo corporativo: empresas que fazem suas reuniões anuais ou grandes lançamentos aproveitando o conforto e clima relax de um cruzeiro. Um dos exemplos do crescente interesse das companhias internacionais pelo mercado nacional reflete-se no comportamento da Princess Cruises, que terá pela primeira vez dois transatlânticos navegando por aqui na mesma temporada. Um deles é o Royal Princess, que fará vários cruzeiros pela Amazônia, de janeiro a abril do ano que vem. O Royal Princess é um navio com capacidade para 710 passageiros, possui 250 cabines com varanda e está novinho em folha. Fará sua viagem inaugural no próximo dia 19 percorrendo cinco itinerários pelo Mediterrâneo. O outro navio da Princess, que percorrerá a costa brasileira na próxima temporada, é o Star Princess, que virá pela primeira vez ao País, fazendo dois cruzeiros, ambos com escala no Rio de Janeiro. A Princess Cruises é uma das mais importantes companhias de cruzeiros do mundo, com uma frota de 15 navios. "São transatlânticos de luxo, com destaque para a alta porcentagem de cabines com varanda, em torno de 60% do total", informa Américo Samu, gerente de vendas e marketing da Discover The World, representante da Princess no Brasil. Três roteiros da Princess incluem o Brasil na temporada 2007/2008. O Brasil Royal Princess - Rio Amazonas 2008 - é um cruzeiro de 14 noites com várias saídas de janeiro a abril. O roteiro internacional parte de Fort Lauderdale, Flórida (EUA) e no Brasil inclui Santarém, Parintins e Manaus. O valor básico para uma pessoa é de US$ 2,3 mil mais taxas em cabine dupla. "É um jeito confortável de conhecer a região e podem ser agendados passeios locais em todas as paradas, diretamente nos navios", diz Samu. Outro roteiro é o Star Princess - Aventura Brasileira, cruzeiro de 21 noites com saída dia 20 de dezembro, também de Fort Launderdale, e que no Brasil terá paradas em Fortaleza, Recife, Salvador e Rio de Janeiro ao custo inicial de US$ 2,9 mil por pessoa. A terceira opção da Princess é a Viagem Transatlântica dos Três Continentes - um cruzeiro de 24 noites com saída em 30 de março de Buenos Aires, Argentina, e passa por Rio de Janeiro e Recife antes de seguir para África e Europa. O preço por pessoa é de US$ 1,5 mil. A inclusão do Amazonas nos cruzeiros marítimos é a última novidade e tem causado tanto interesse que, além da temporada, pode ser feito o ano inteiro. Com saída do porto de Manaus, o Iberostar Grand Amazon, da empresa Iberostar, oferece essencialmente dois tipos de itinerário: um cruzeiro de três dias pelos rios Solimões e Amazonas e outro, de quatro dias, pelo Rio Negro. Também existe a possibilidade de realizar o circuito completo, com duração de sete dias. O barco-hotel conta com 74 luxuosas cabines, distribuídas em três decks e funciona com o sistema all inclusive, que compreende hospedagem, alimentação e bebidas nacionais e importadas e shows. Os arquitetos Fernanda Salles e Gilles Jacquard assinam o projeto de interiores. Nas paredes das cabines, objetos folclóricos e obras de arte da região fazem parte da decoração. Além das preocupações comuns a um projeto de hotelaria de alto padrão, os dois arquitetos tiveram que fazer adaptações nas suítes flutuantes: os frigobares são fixados no chão, para evitar que deslizem em caso - remoto - de o navio jogar. Além disso, todas as quinas dos móveis têm quinas arredondadas, eliminando risco de acidentes. Para evitar sobrepeso, a dupla utilizou materiais nobres como mármore e granito apenas nas duas suítes master do Iberostar Amazon, cada qual com 50 metros quadrados. Partindo de Manaus, o Iberostar Grand Amazon faz escalas em diversos pontos da selva amazônica. O custo inicial é de R$ 4,7 mil por pessoa na cabine dupla para um roteiro de quatro dias. A próxima saída será no dia 26 deste mês. Mas os roteiros tradicionais também estão em alta. O Rio de Janeiro, por exemplo, segundo a Pier Mauá, que administra a estação de passageiros do porto carioca, foi confirmado como porto de base (embarque e desembarque), para 2007/2008 para dois transatlânticos das operadoras MSC e CVC, atualmente realizada em Santos. Na temporada 2007/2008 os navios Grand Mistral e Armonia terão a base no Rio. (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 10)(Regina Neves)